
Pichações em monumento da praça da Saudade: falta mais segurança para os logradouros – foto: Diego Janatã
Na
semana que passou, o panorama mudou na avenida J, principal artéria do
bairro Alvorada, Zona Centro-Oeste de Manaus. O cenário de tumulto no
tráfego mudou com uma ação da prefeitura que tentou – e conseguiu com
sucesso, até agora – colocar fim na baderna
Na
praça da rua Altair Severiano Nunes, no conjunto Eldorado – ponto para
encontro entre amigos nos bares dos arredores – a escuridão que
amedrontava foi dissipada pela nova iluminação, que deu um ar de
renovação ao lugar.
Assim,
de pouco em pouco, a cidade parece finalmente tomar rumo na
organização. Não é mais do que a obrigação da administração municipal,
claro, independente do seu gestor. Mas a pergunta que fica é: onde
termina a responsabilidade da prefeitura e começa a do cidadão
manauense?
Os
diversos logradouros públicos de Manaus dão uma ideia da dimensão dessa
responsabilidade de muitos, tão pouco assumida, em colaborar para que
exista de fato uma capital que dê orgulho ao morador. Ações que podem
render muito mais além de ficar simplesmente criticando e esperando a
prefeitura providenciar.
O
que está providenciado acaba precisando o tempo todo ser
“reprovidenciado”. Segundo cálculos da Gerência de Parques da Secretaria
Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), mais de R$ 250
são gastos, por semana, em cada um dos três parques que mais sofrem com
ações de vândalos: o Ponte dos Bilhares, Lagoa do Japiim e a praça da
Saudade. São pichações, torneiras quebradas, furto de lâmpadas e quebra
de bancos de madeira... danos causados pelos próprios frequentadores que
preferem não ter deveres de zelar pelo patrimônio – apenas cobrar para
repararem o que eles destroem. Nessa cifra média semanal, não está
inclusa a mão-de-obra que trabalha na manutenção.
Outro
drama diário é o lixo. De acordo com estimativa da Secretaria Municipal
de Limpeza e Serviços Públicos (Semulsp), os detritos recolhidos
diariamente chegam em média a 2,9 mil toneladas. Mesmo com seis pontos
de entregas voluntárias (os PEVs) em diversas zonas da cidade e 11 de
coleta seletiva em ruas do Centro, o lixo é encontrado nos igarapés, nas
praças, nas áreas verdes e pontos de ônibus
Para
determinadas áreas de difícil acesso dos carros coletores (como becos),
a Comissão Especial de Divulgação e Orientação da Política de Limpeza
Pública (Cedolp) tenta sensibilizar os moradores para que o descarte
seja realizado em horário próximo da passagem do carro coletor para
evitar o acúmulo. Infelizmente, nem sempre isso é obedecido e o
resultado é sujeira espalhada por todos os lados.
A
falta de noção do significado de “público” parece ser evidente quando o
assunto chega aos logradouros, cuja obstrução representa o maior índice
de irregularidades identificadas pelo Instituto Municipal de
Planejamento Urbano (Implurb), havendo casos mais graves como ocupação
de mobiliário urbano do patrimônio municipal, como paradas de ônibus.
Há
cerca de duas semanas, na Vila Amazonas, bairro Nossa Senhora das
Graças, Zona Centro-Sul, uma empresa de radiotáxi graciosamente começou a
construir suas instalações em um ponto de ônibus nas proximidades
Graças a uma denúncia, o empresário foi obrigado a demolir o que já estava construído e desocupar o espaço público.
Fonte/Texto: http://www.emtempo.com.br/editorias/dia-a-dia/4460-prefeitura-come%C3%A7a-a-colocar-ordem-em-logradouros-p%C3%BAblicos.html